sexta-feira, 21 de maio de 2010

De Sansão a Avatar


Bons tempos aqueles lá da década de 1960. Ainda pequeno, com menos de dez anos, meu pai me levava de vez em quando ao Cine Vitória ou Cine Brasil em Santos Dumont para assistir a filmes de Hércules e muitas super ou mini produções sobre o Império Romano. Lembro de Sansão e Dalila, com Victor Mature... Mas o cinema, naquela época para mim era mais uma diversão, um brinquedo que se ganhava num domingo, depois de um almoço de frango e refrigerante. Só se bebia refrigerante aos domingos.

Bons tempos aqueles da década de 1970 quando a gente já ensaiava as primeiras paqueras e víamos as meninas mais velhas deixando as salas do Cine Pálace ou do Excelsior (há anos fechado na avenida Rio Branco) com os olhos mareados depois de assistir a um Love Story ou um Dio como Te Amo, ou emocionados após um Irmão, Sol Irmã Lua. Os colegas mais velhos – mas nem tanto – falsificavam carteiras de estudante para ver no Central o Dólar Furado ou algum Ringo ou Django, filmes com censura de 14 anos. Meu pai já não ia mais ao cinema, mas de vez em quando dava uma escapada para assistir no Cine São Luiz, na praça da estação ao 007 contra Dr. No, Goldfinger, Chantagem Atômica e Moscou. Alíás contra Dr. No fui com ele e me espantei, lá com meus 12 anos, com a beleza de Ursula Andrees, saindo do mar, numa das cenas mais marcantes do cinema.

E aqueles anos 70 também trouxeram para as telas grandes tragédias que emocionaram, assustaram e extasiaram platéias. Películas como Aeroporto, Tubarão, Inferno na Torre (Paul Newman, Steve Mac Queen, Fred Asteire...), Terremoto, O Exorcista, o Anticristo... O Último Tango em Paris, com a bela Maria Schnneider, Laranja Mecânica e... Como era Gostosa a Nossa Empregada. As pronochanchadas tinham seu lugar

As salas de cinemas, todas com portas para ruas, eram o grande programa dos sábados e domingos. Aos sábados à noite, o programa era levar a namorada ou a paquera para tirar um sarrinho no escurinho. Muitos desses filmes dali de cima foram vistos aos pedaços porque o beijo, mão no ombro ou mão na mão ou em outro lugar desviava a atenção. Muitas vezes a atenção era chamada por um mala que aparecia com uma lanterna para atrapalhar (saudades dos lanterninhas). Nos domingos à tarde era a vez da bagunça. Era a sessão da turma e à noite das famílias.

Nas portas dos cinemas – todos para a rua – estavam lá os pipoqueiros. Às vezes – e não eram poucas – a pipoca – cheia de queijinho – acabava antes de a gente entrar, porque as filas eram grandes. Lembro-me do filme Terremoto, no cine Excelcior. A fila dobrava a esquia da Floriano Peixoto e chegava lá avenida Getúlio Vargas. Essa era a fila para entrar. A do ingresso virava a esquina da rua Afonso Pinto da Mota.

Bons tempos aqueles da década de 1980, quando Ingmar Bergmann, trazia belos dramas suecos interpretados por Liv Ulmann, exibidos na pequena sala do Cine Festival. Lá cheguei a ver o Ébrio, Eqqus, O Homem Elefante e os berguinianos O Ovo da Serpente e Sonata de Outono. A sala não cabia mais de 110 pessoas, mas sobrava lugar...

FALANDO EM FILMES, agora a gente faz um fusão e entra a legenda “20 anos depois” ou 20 years after . O pipoqueiro não está mais na porta do cinema que agora não é mais para as ruas. A pipoca vendida na loja é cara, não tem queijo e tem um gosto esquisito de microondas. Os filmes perderam muito do romantismo do artesanal: não têm mais linhas cortando a imagem, nem buracos na fita. O som é perfeito – e que perfeição com a distribuição dos sons em toda a sala! As viagens são fantásticas: é como se você estivesse pilotando uma nave ou voando montados em bichos esquisitos como os avatares. É tudo quase tão perfeito que muitas vezes dá a sensação de vazio, porque a perfeição é o a ser atingido. Depois disso é o nada...

Bobagem. Os filmes hoje refletem o público que vai assisti-los, absorvem as demandas psicossociais e mostram aquilo que as pessoas querem ver, assim como eles foram lá naqueles bons tempos. E para ser sincero, sem casmurrice, tem seu charme e até sessões com ingressos a dois reais. Vale a pena.

Ah, o que não vale a pena é a pipoca de cinco reais. Eu pago dois reais para ver um trabalho que custou milhões de dólares e cinco reais por um produto feito no micoondas.

“Café e Cinema no Centro” exibe “O Menino do Pijama Listrado” nesta quinta-feira


O projeto “Café e Cinema no Centro”, da Secretaria de Educação (SE), realiza, nesta quinta-feira, 20, às 18h30, a exibição do filme “O Menino do Pijama Listrado”. Este é o terceiro encontro do programa, que promove exibições de filmes seguidas de debate. A discussão sobre o filme desta quinta-feira será mediada pelo professor doutor Jader Janer Moreira Lopes. O encontro acontece no Centro de Formação do Professor (CFP), localizado na Avenida Getúlio Vargas 200, Centro.

O objetivo da atividade é propor um debate sobre a reflexão e a compreensão das lógicas infantis, a partir da história do personagem do filme “O Menino do Pijama Listrado”, Bruno. O menino de nove anos mora em Berlim com a família e sabe muito pouco da vida que acontece fora de sua casa e da escola. Ele descobre que terá que se mudar da cidade, por conta do emprego do pai. Com o passar do tempo, Bruno vai se adaptando à nova situação e descobrindo mais sobre a sua família, sobre a Alemanha e os vizinhos que moram do outro lado da cerca. Explorando as redondezas, Bruno faz amizade com um garoto que sempre veste um curioso pijama listrado. Essa amizade mudará a vida de ambos.

O mediador do encontro, o professor e doutor em Educação, Jader Janer, irá debater o filme baseado em seu livro “O jeito de que nós crianças pensamos sobre certas coisas”. O livro, que estará disponível no encontro, tem a intenção de criar uma reflexão, a partir de várias pesquisas de autores da área, sobre o olhar que as crianças têm do mundo, dialogando com as lógicas infantis.

O projeto “Café e Cinema no Centro” é uma iniciativa do Departamento de Políticas de Formação (DPF), da SE, e tem como objetivo promover encontros que possibilitem às pessoas saírem da rotina e terem uma forma prazerosa e informal de discutir temáticas que se relacionam à educação, à sociedade e às diferentes manifestações culturais. O “Café e Cinema no Centro” tem programação mensal de exibição de filmes junto a debates com autores e teóricos das diversas áreas do conhecimento, levando a um bom bate papo com os participantes, regado a xícaras de café.

quarta-feira, 5 de maio de 2010

JOÃO CARRIÇO PRA SEMPRE JOÃO CARRIIÇO




SAUDADES DE ANN BLYTH

Ginger Rogers and Lucy do The Charlston

HOJE NOS CINEMAS DE JUIZ DE FORA - QUARTA-FEIRA - 05 DE MAIO DE 2010

Primeira semana

HOMEM DE FERRO 2
Ação, EUA, 2010, 124 min. Direção: Jon Favreau. Com Robert Downey Jr., Don Cheadle e Samuel L. Jackson.
Tony reluta em divulgar os segredos por trás da armadura do Homem de Ferro, temendo que as informações caiam em mãos erradas.
UCI 3: 14h05, 16h40, 19h15 e 21h50. Alameda 5: 14h, 16h30, 19h e 21h30. Palace 1: 14h, 16h30, 19h e 21h30. Santa Cruz 1: 16h, 18h30 e 21h. Classificação: 12 anos.

ZONA VERDE

Drama, França/EUA/Espanha/Reino Unido, 2010, 117 min. Direção: Paul Greengrass. Com Brendan Gleeson, Antoni Corone e Matt Damon.
O subtenente Roy Miller precisa vasculhar os serviços secreto e de inteligência escondidos em terra estrangeira para encontrar respostas que podem acabar com um regime nocivo ou propagar uma guerra em uma região instável.
UCI 2: 13h50, 16h20, 18h50 e 21h20. Alameda 1: 14h10, 16h40, 19h10 e 21h40. Classificação: 14 anos.

Continuação

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Aventura, EUA, 2010, 111 min. Direção: Tim Burton. Com Johnny Depp, Mia Wasikowska e Anne Hathaway.
Ao seguir um coelho branco, Alice cai em um buraco que a leva para o País das Maravilhas, um lugar povoado por seres mágicos e dominado pela Rainha de Copas.
UCI 4 (dublado): 13h, 15h15, 17h35, 19h55 e 22h15. Alameda 4 (dublado): 14h40, 17h, 19h20 e 21h40. Santa Cruz 2 (dublado): 15h45, 18h15 e 20h45. Classificação: 10 anos.

CHICO XAVIER - O FILME

Drama, Brasil, 2010, 124 min. Direção: Daniel Filho. Com Nelson Xavier, Ângelo Antônio e Tony Ramos.
Uma adaptação para o cinema que descreve a trajetória do médium que viveu 92 anos desta vida terrena desenvolvendo importante atividade mediúnica e filantrópica.
UCI 1: 14h50, 17h30 e 20h10. Alameda 2: 14h, 16h30, 19h e 21h30. Palace 2: 19h e 21h20. Classificação: livre.

AS MELHORES COISAS DO MUNDO

Drama, Brasil, 2010, 107 min. Direção: Laís Bodanzky. Com Denise Fraga, Caio Blat e Francisco Miguez;
Mano tem 15 anos, adora tocar guitarra, beijar na boca, rir com os amigos , andar de bike, curtir na balada. Um acontecimento na família faz com que o jovem Mano perceba que virar adulto nem sempre é tarefa fácil.
Palace 2: 16h30. Classificação: 14 anos.

RITA CADILLAC - A LADY DO POVO

Documentário, Brasil, 2007 e 77 min. Direção: Toni Venturi.
O longa acompanha o dia a dia de Rita Cadillac, ex-chacrete que virou cantora, dançarina e atriz pornô.
Alameda 3: 20h10. Classificação: 18 anos.

UTOPIA E BARBÁRIE

Documentário, Brasil, 2009, 120 min. Direção: Silvio Tendler.
O longa retrata o mundo pós-Segunda Guerra Mundial e suas transformações; as utopias que nele foram criadas e as barbáries que o pontuaram.
Alameda 3: 18h. Classificação: livre.

UMA NOITE FORA DE SÉRIE
Comédia, EUA, 2010, 88min. Direção: Shawn Levy. Com Steve Carell, Mark Wahlberg e Mark Ruffalo.
Em uma noite, Phil e Clara são confundidos com outras pessoas e, com isso, iniciam uma jornada para escapar de dois bandidos.
UCI 5: 15h, 17h, 19h e 21h. Classificação: 12 anos.

VIDAS QUE SE CRUZAM

Drama, EUA/Argentina, 2009, 111 min. Direção: Guillermo Arriaga. Com Charlize Theron, Kim Basinger e Jennifer Lawrence.
Ao começarem suas jornadas em busca de redenção, cinco pessoas descobrirão que suas ações poderão fazer a diferença entre a vida e a morte.
Alameda 3: 15h20 e 21h40. Classificação: 16 anos.

XUXA E O MISTÉRIO DE FEIURINHA

Infantil, Brasil, 2009, 82 min. Direção: Tizuka Yamazaki. Com Xuxa Meneghel, Angélica e Hebe Camargo.
Ao perceberem que Feiurinha sumiu, todas as princesas dos contos de fadas se unem para desvendar o mistério.
Palace 2: 14h30. Classificação: livre.

Moviecom vai deixar de operar em Juiz de Fora. Administração do Shopping Alameda negocia com novas empresas

Terça-feira, 19 de Agosto de 2008
Daniele Gruppi
Matéria extraída do Acessa.com
A administração do shopping Alameda já negocia com novas operadoras de cinema a substituição das atividades da Moviecom. A empresa anunciou que deixará de funcionar em Juiz de Fora no dia 30 de agosto.

Segundo o gerente geral do Alameda, Ricardo Coppus, a Moviecom tinha contrato com o shopping até 2010, mas optou por antecipar o encerramento alegando não ter interesse em disputar o mercado na cidade com o novo cinema UCI Kinoplex, inaugurado em maio de 2008.

A subgerente da Moviecom em Juiz de Fora, Adriana de Paula, alega que houve queda no movimento e que por inviabilidade comercial a empresa vai finalizar as atividades.

Para Coppus, existe mercado para continuar a exibição de filmes no Alameda. Atualmente, o espaço conta com cinco salas, totalizando 895 assentos. O gerente afirma que há um projeto para revitalizar o cinema. "Existem duas salas no formato stadium, queremos fazer reformas e passar para quatro", revela. Coppus também diz que existe um projeto de expansão para o shopping.

Situação do Palace

Os gestores do Espaço Unibanco Palace ameaçaram fechar as portas no início do ano. Segundo o vereador Flávio Checker, os administradores seguem em negociação com a Prefeitura. Os responsáveis Flávio Ferraz e Adhemar Oliveira não foram encontrados para falar sobre o assunto.

Cine Excelsior

O Cine Excelsior completa cinqüenta anos. Entretanto, está desativado e quem passa pelo local vislumbra um imóvel abandonado e mal cuidado. Checker afirma que o local está degradado e insalubre. "Precisando de uma reestruturação urgente".

Há três anos, o vereador entrou com um processo administrativo para declaração do Cine Excelsior como bem de interesse cultural no Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Cultural (Comppac). Outras tentativas foram feitas com o mesmo objetivo, mas não houve sucesso. "A intenção é proteger a utilização do imóvel para que não seja destinado para fins comerciais".

Cine-Theatro Central: 80 anos de arte, cultura e superação

Matéria escrita por Mariana Franzini - 29/04/2009, quando das comemorações dos 80 anos do Cine Theatro Central


Há 80 anos, Juiz de Fora testemunhou a inauguração de sua mais bela casa de espetáculos, o Cine-Theatro Central. Templo da cultura na cidade, o teatro conserva em sua história os tempos dourados do cinema e o charme da década de 30, mas também o descaso e seu renascimento nos últimos anos do século XX.

Importante marco arquitetônico, o Central surgiu da necessidade de um grande teatro e cinema para a cidade. A partir da criação da Companhia Central de Diversões, em 1927, este sonho tomou contornos mais reais. Projetado pela Companhia Pantaleone Arcuri, o prédio foi erguido em meio a uma galeria e somente após alguns anos de sua abertura surgiu o projeto de criar um largo que deixasse à mostra sua fachada.

Toda a construção durou um ano e quatro meses. A fachada simples e discreta, no estilo art déco, se contrapõe ao esplêndido trabalho interno realizado pelo artista italiano Ângelo Bigi. O projeto de decoração de características neoclássicas, com a delicadeza de figuras míticas e paisagens oníricas é considerado a maior obra de artes plásticas em local público da cidade. As pinturas ornamentais têm sua beleza exaltada pela iluminação especial do teatro.

Retomada

Com o fim da Cia. Central de Diversões o teatro foi sendo gradualmente abandonado. Nos anos 1990, o prédio estava tomado por infiltrações e pelo esquecimento público. Waltencir Parizzi, um ex-funcionário da Companhia, resgatou livros que documentam o cinema do Central antes que fossem também tragados pelo descaso que se abateu sobre o teatro.

Oito meses foram necessários para trazer a construção de Raphael Arcuri de volta a vida, assim como as pinturas de Bigi, já muito deterioradas. Uma equipe de quatro especialistas de Belo Horizonte efetivou a reforma, orçada em R$ 2 milhões. Com o trabalho foram descobertas outras pinturas de Bigi, revelando parte desconhecida do patrimônio.

Foi necessário reparar as instalações elétricas (que apresentavam risco de curto-circuito) e trocar o telhado, além da reforma de banheiros, camarotes e poltronas, deterioradas pelo tempo. Em novembro de 1996, o Cine-Theatro Central foi reaberto e inaugurou um novo capítulo de sua história.

Comemorações

Hoje, sob a coordenação da Pró-Reitoria de Cultura da Universidade Federal de Juiz de Fora, o Cine-Theatro Central oferece à cidade uma série de eventos gratuitos em comemoração aos seus 80 anos.

O lançamento da programação do aniversário do teatro, no dia 26 de março, reuniu a compositora juizforana Sueli Costa e sua sobrinha, Fernanda Cunha, em um show intimista no Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM). No dia 30, foi a vez de Emmerson Nogueira subir ao palco do Central. Os dois shows foram abertos ao público. Outro evento inserido nas celebrações do Cine-Theatro foi a apresentação da Orquestra Francesa de Sopros de Nord-Pas de Calais com a Orquestra Pró-Música. Os dois grupos executaram músicas francesas e brasileiras. A execução de “Trem das onze”, de Adoniran Barbosa, foi o ponto alto da noite.

Segundo o supervisor administrativo do Central, Marcelo Rodrigues, o grupo teatral Giramundo é a próxima parte deste ciclo de comemorações, com apresentação marcada para 8 de maio, também no Central. A trupe de Belo Horizonte traz à cidade a magia do teatro e dos bonecos, sua marca registrada, com o espetáculo Giz. Estão previstos ainda a apresentação do grupo de teatro Ponto de Partida, o lançamento de um livro e a produção de filmes que retratem curiosidades sobre as oito décadas de história do teatro.

O ANO EM QUE A CEMIG FEZ A MAIS BELA ILUMINAÇÃO DE NATAL NO CINE CENTRAL EM JUIZ DE FORA

Alguém se lembra do ano em que a Cemig iluminou um dos principais pontos turísticos da cidade, o nosso o Cine-Theatro Central?. Com certeza que foi uma das mais belas iluminações que já pude ver nessa grande casa de espetáculos de nossa Juiz de Fora. As quinze janelas da fachada principal foram ornamentadas com guirlandas confeccionadas em festões verdes e iluminados. Ao centro da edificação foi erguida uma árvore de Natal com 8 metros de altura. Oito pequenas árvores e 17 semi-arcos foram distribuídos harmonicamente, para dar equilíbrio ao visual.

terça-feira, 4 de maio de 2010

ESTRELA DO DIA - GENE TIERNEY - (1920-1991)

Gene Eliza Tierney, nasceu em Nova Iorque, no dia 20 de novembro de 1920 e faleceu em Houston, aos 71 anos, no dia 6 de novembro de 1991.



Mulher belíssima, nascida em uma família de posses, estudou nas melhores escolas da costa leste estadunidense e na Suíça. Foi casada com o estilista francês Oleg Cassini, com quem teve duas filhas. Em 1957 foi hospitalizada em razão de depressão, originada pelo fracasso de seu casamento com Cassini e ao fato de sua filha mais velha ter nascido com retardo mental.

Gene Tierney morreu em conseqüência de enfisema, duas semanas antes de competar 71 anos de idade.

Iniciou a carreira artística no teatro, em 1938. Seu primeiro filme foi The Return of Frank James, em 1940. Outros filmes importantes de sua carreira foram Tobacco Road (1941), dirigido por John Ford; Sundown (1941), de Henry Hathaway; The Shanghai Gesture (1941), de Josef von Sternberg; Heaven Can Wait (1943), de Ernst Lubitsch; Laura (1944), de Otto Preminger; Leave Her to Heaven (1945), de John M. Stahl; The Razor's Edge (1946), com Tyrone Power e Anne Baxter; The Ghost and Mrs. Muir (1947), de Joseph L. Mankiewicz; Whirlpool (1949), de Otto Preminger; Night and the City (1950), de Jules Dassin; On the Riviera (1951), de Walter Lang; Plymouth Adventure (1952), com Spencer Tracy; Never Let Me Go (1953), com Clark Gable; The Left Hand of God (1955), de Edward Dmytryk; Advise & Consent (1962), com Henry Fonda; Toys in the Attic (1963), de George Roy Hill.

Sua última participação na indústria cinematográfica foi na minissérie televisiva Scruples, em 1980.

ASSISTÍ ''TERREMOTO'' EM 1974 NO CINE EXCELSIOR EM JF E TESTEMUNHEI O ''SENSURROUND''

Temos aqui, a fachada de um cinema de São Paulo, (1974), quando da exibição de Terremoto

Lembro-me que aos 16 anos, em 1974, assistí no Cine Excelsior aqui em Juiz de Fora, ao filme ''Terremoto''. Uma grande novidade cercava aexibição daquela fita que ''estorou'' aquele ano no mundo inteiro. Era o cinema catastrofe que surgia para reforçar a industria, que se via esvaziada por completo. As pessoas começavam a não querer mais frequentar as salas escuras de cinemas mundo àfora. Aí, claro, Hollywood inovou. Criou um novo segmento cinematográfico e alguns apetrechos para que a turma retornasse às salas de cinema. E entre estres apetrechos, estava um sistema de som que cumpriu o seu papel de fazer com que os cinemas voltassem a ficar lotados naquele início de anos 70, que foi o Sensurround, que era um processo criado pela Universal Studios para dar maior intensidade ao áudio durante as sessões de cinema. Foi produzido para a exibição deste filme ''Terremoto'' (Earthquake) em 1974, mas que também foi utilizado em outros filmes. O sistema gerou inúmeros problemas por causa de sua alta intensidade sonora que chegou a causar danos estruturais aos edifícios de alguns cinemas, desabamentos e ferimentos em algumas pessoas. Salas de cinemas vizinhas sofriam com o ruído gerado pelo uso do Sensurround e a única saída era realizar sessões simultâneas.

Eu tive a oportunidade de assistir ao filme Terremoto no Cine Excelsior naquele ano de 1974 e foi emocionante. No momento em que prédios desabavam, transformadores estouravam lá no tremor de terra do filme, sentía-mos tudo tremendo à nossa volta.

Lembro-me também de que quando cheguei ali na Rio Branco com Floriano, a fila para os que queriam assistir à fita, dava voltas. Mas valeu à pena e é bom recordar este momento...

REGISTRO - PARA POSSÍVEIS PESQUISAS - PRIMEIRO PLANO 2009 - DEU NO ZINE

Entre os dias 26 e 31 de outubro de 2009, a sétima arte vai invadir Juiz de Fora. O Festival Primeiro Plano - Festival de Cinema de Juiz de Fora e Mercocidades promete trazer muitas obras cinematográficas para a apreciação do público. As mostras competitivas apresentam novos produtores, os projetos tentam envolver ainda mais o público, as estréias de grandes obras chamam a atenção e os debates são fundamentais para o crescimento do cinema em Juiz de Fora. Para falar um pouco mais sobre o evento, o membro da equipe de organização, Aleques Eiterer, conversou com nossa equipe de redação.

Para falar um pouco mais sobre o evento, o membro da equipe de organização, Aleques Eiterer, conversou com nossa equipe de redação. Confira as novidades:



Zine Cultural: Como surgiu o Festival Primeiro Plano? Conte um pouco desta história até os dias de hoje.


Aleques Eiterer: Surgiu da necessidade de suprir Juiz de Fora da carência audiovisual. O cinema brasileiro raramente chegava aqui. Assim, em 2002, criamos o Festival, mas com essa característica de exibir primeiras obras. O que o torna único e o diferencia da grande maioria dos Festivais. De lá para cá, estamos em um caminho de eterno o aprimoramento.

Zine Cultural: Qual a importância de incentivar a produção cinematográfica?

Aleques Eiterer: Imagem é poder e um país com uma cinematografia forte, é um país desenvolvido.

Zine Cultural: Quais as novidades do evento neste ano?

Aleques Eiterer: O formato permanece semelhante ao do ano passado, porém tivemos que reduzir um pouco o tamanho do evento, pois tivemos corte de patrocínio.

Zine Cultural: Assim como no ano passado, o Festival expande as fronteiras do evento para outras cidades do Mercosul. Como isso vai ser realizado e quais os objetivos?
Aleques Eiterer: Por conta desse corte de patrocínio, ainda estamos tentando viablizar a ida do Festival para a Argentina e Uruguay. Já temos locais de exibição fechados, porém precisamos de recursos para levar filmes, legendá-los, etc.

Zine Cultural: O Festival é composto por mostras competitivas, como vai funcionar?

Aleques Eiterer: Temos a Mostra Competitiva Nacional que um júri especialmente convidado vai premiar os filmes nas categorias: Melhor Filme; Direção; Roteiro; Fotografia; Concepção Sonora; Montagem; Direção Arte; Trilha Musical; Ator; Atriz. Na Mostra Competitiva Regional, um júri também convidado vai escolher o melhor curta universitário de Juiz de Fora, que concorre ao Incentivo Primeiro Plano. Esse prêmio garante aos realizadores do curta fazer um novo curta em película. Em ambas as mostras os filmes concorrem também ao Júri Popular.

Zine Cultural: Vocês estão com o projeto Sessão Escola, qual o objetivo de aproximar o cinema do público infantil?

Aleques Eiterer: Um dos objetivos do Festival é a formação de paltéia. Nada mais justo que essa formação comece desde bem cedo, para que as crianças vejam filmes brasileiros e que valorize nossa cultura.

Zine Cultural: Além das mostras, o que mais a programação compreende?

Aleques Eiterer: Temos as pré-estreias de longas, a sessão Mercocidades e a Mostra Audiovisual de Juiz de Fora.

Zine Cultural: Como as pessoas fazem para participar do evento?

Aleques Eiterer: Para assistir aos filmes, é só chegar antes das sessões e retirar os ingressos gratuitamente. Para os debates e o Encontro Audiovisual (MAMM - 30/10 - 15h00) é só comparecer no local. Para a oficina de crítica é necessário se inscrever através www.primeiroplano.art.br

Zine Cultural: Deixe um recado para nossos internautas.

Aleques Eiterer:
Respirar uma semana de cinema é privilégio para poucos, portanto, não percam essa oportunidade única de ver, conversar, pensar, fazer e viver cinema.
(Texto extraído do site http://www.zinecultura.com/

A sétima arte e o desenvolvimento da cidade

Com certeza que o Central estava lotado naquela noite da exibição de ''Rose Marie''

(Texto extraído do site www.jfempauta.com)

Em meio a tantas modernidades, falar da história do cinema em Juiz de Fora é relembrar os tempos em que uma simples exibição de filme se transformava em espetáculo. A imagem descrita por muitos que presenciaram esses tempos era a de filas e filas nas portas das salas de exibição. Juiz de Fora era um pólo importante desde o século XIX. Segundo registros históricos, a primeira exibição de películas no estado de Minas Gerais ocorreu em Juiz de Fora a 23 de julho de 1897, com a apresentação do Cinematographo Lumière, pela Cia. de Variedades do português Germano Alves. Assim a história do cinema começou a ganhar força na cidade. Até os anos 30, só havia apenas uma sala de exibição, o chamado Politheama. O objetivo da sala, que mais parecia um circo, era trazer para a cidade as companhias de cinema, teatro, ópera e balé que se apresentavam no Rio de Janeiro e em São Paulo. Porém, a estrutura do lugar não facilitava este objetivo. Foi aí então que famílias ricas residentes na cidade resolveram construir um espaço adequado, que fosse digno das ambições da época. Em 1930 foi construído o Cine-Theatro Central. Logo na primeira semana, foram exibidos três filmes diferentes. Artistas consagrados passaram a se apresentar no palco do espaço, que ora era cinema, ora era teatro.

Logo após a construção do Central, catorze salas de cinema foram inauguradas na cidade: Excelsior, Palace, Festival, Glória, Popular, Rex, Para Todos, São Luís, Benfica, Auditorium, Real, Paraíso, Instituto Jesus e São Mateus. O cinema se tornou uma febre na cidade. Além de se tornar um lugar de diversão, as salas também serviam para que os namorados se encontrassem. Não havia vida noturna como hoje, como muitas opções de bares, por exemplo, e a maneira dos apaixonados driblarem a rigorosa vigília dos pais, era se encontrarem nos cinemas. Para Estevão Casali, que trabalhou com projeções no Cine São Mateus e hoje trabalha na Funalfa, o cinema era uma forma de se mostrar na sociedade: “As pessoas iam aos cinemas bem vestidas e queriam ser notadas. Era um lugar de muitos encontros.”

Os espectadores que freqüentavam os cinemas eram bem ecléticos. Havia gente de todas as classes sociais, idades e estilos. Com isso, cada cinema começou a se especializar em exibir filmes de um gênero. O Cine Central adotava uma programação que contava com filmes de aventura e ação, voltados para as classes média e baixa. O Palace exibia romances e dramas. Em algumas salas também havia sessões especiais para mulheres, além de matinês para crianças. Estevão conta que durante a época de trabalho na região do São Mateus, os principais filmes eram os chamados “filmes de arte”. “Os cinemas de arte tinham poucas cópias e precisavam rodar o país inteiro. A gente tinha que ter mais cuidado na hora da projeção. Nessa época foi uma explosão de filmes italianos e as primeiras versões de bang-bang. As pessoas gostavam de ver coisas diferentes, inclusive tinha também muito filme chinês”, completa.

O cinema pós TV

Após o pioneirismo nos trabalhos de João Carriço e os grandes momentos vividos pelo cinema em nossa cidade e no país, a sétima arte começou a sofrer com o advento da televisão. Como as salas de exibição não eram mais o único lugar de distribuição cinematográfica, as pessoas deixaram de assistir os filmes para acompanhar folhetins e histórias transmitidas pela TV. Com isso, os ingressos dos cinemas começaram a ficar mais caros e as salas mais vazias. O que antes era glamuroso, acabou se tornando um evento esporádico, sem muitos atrativos. Mesmo com a decadência, nos anos 80 surgiu em Juiz de Fora o Cine Veneza, que tentava resgatar a tradição dos cinemas de rua. Porém, alguns anos depois, por falta de público, as salas tiveram que ser fechadas. Dos antigos cinemas, o Cine São Luís é o único que continua funcionando. Inicialmente ele exibia filmes nacionais, mas hoje se dedica ao circuito pornográfico.

Atualmente o cinema se tornou mais comercial e deixou o glamour, de outros tempos, para trás. Hoje em Juiz de Fora, assim como na maioria das cidades brasileiras, as exibições são feitas em cinemas chamados Multiplex. Com três ou quatro salas, exibindo filmes diferentes e com maior possibilidade de horários. Além disso, a rotatividade de filmes é maior, com estréias semanais, fazendo com que os grandes distribuidores lucrem mais nas bilheterias. Aqui as salas estão no Independência Shopping, gerenciado pelo UCI Kinoplex, no Shopping Santa Cruz e no Cine Arte Palace, que ainda luta para se manter aberto. Recentemente foram fechadas cinco salas de projeção que funcionavam no Alameda Shopping.

(Os meus agradecimentos ao site http://www.jfempauta.com/)

CINE PÁLACE - JUIZ DE FORA - NOITE


Poupança Jovem oferece sessão de cinema para beneficiários

Durante todo o mês de maio os beneficiários do Programa Poupança Jovem poderão assistir a filmes às quartas e sextas-feiras às 14h30, no CineArte Palace. Trabalhando com o universo adolescente, o filme “As melhores coisas do mundo” é a temática a ser discutida pelos jovens durante todo o mês.

Nesta quarta-feira, 5, cerca de 180 alunos das escolas estaduais Sebastião Patrus de Souza, Fernando Lobo e Antônio Carlos participam da sessão. Na sexta-feira, é a vez de mais um grupo da Escola Sebastião Patrus de Souza e de alunos da Escola Estadual Duque de Caxias.

CINE SÃO LUIZ - JUIZ DE FORA - PATRIMÔNIO CULTURAL TOMBADO


Cinema São Luiz
Rua Halfeld, 213 - Centro
Decreto: 6445/21.05.1999

A volumetria e divisões da fachada obedecem aos seus princípios básicos do estilo art déco,. No imóvel, construído no segundo quartel do século XX, o segmento central é salientado por faixas verticais ladeadas por balcões curvos em balanço com guarda-corpos em ferro, com formas retas e curvas. Completam o esquema compositivo do edifício os elementos horizontais e os fechamentos de vãos com basculantes em “L”. No local, funcionou o Hotel Hudson e, hoje, abriga o Cinema São Luiz e o Hotel Renascer.

CINE-ARQUIVO JF - EM 2004, O CINE CENTRAL FEZ 75 ANOS


Juiz de Fora sempre foi uma cidade que respirou cultura. Desde o século XIX, já existiam espaços destinados às artes cênicas. Em 1863, é inaugurado o Teatro de Misericórdia, com apresentação do drama "Afonso III" ou "O valido Del-Rey", encenado pelo grupo de alunos do Colégio Roussin. Sete anos depois, a sociedade juizforana recebe o Teatro Perseverança. Também surge o São Sebastião, uma espécie de circo ou lona.

A pequena cidade da Zona da Mata Mineira começa a crescer e o Perseverança não mais consegue atender às necessidades. Resolve-se, então, construir uma casa de espetáculos grande e moderna. Nos últimos dias do Império, inaugura-se o Teatro Juiz de Fora ou Novelli, de propriedade de Alfredo Ferreira Lage. Com programação teatral variada, incluindo artistas locais e de outras localidades, Juiz de Fora passa a ser o grande centro cultural da época. Porém, a notícia de que o Novelli seria demolido por falta de condições de segurança e conforto, abala a população. Juiz de Fora, que já era um pólo industrial e um centro de cultura, ficaria sem teatro.
A necessidade de um teatro era tamanha que, por iniciativa do coronel Jeremias Garcia, foi construído vasto edifício, todo de madeira, na esquina da rua São João com a av. Quinze de Novembro ( Getulio Vargas ), o qual fez época em Juiz de Fora, com a apresentação de notáveis companhias líricas e de operetas italianas. Era o Teatro Variedades.

Ainda estava de pé este teatro, quando se constituiu, em 18 de maio de 1927, a Companhia Central de Diversões, cujo escopo era explorar o negócio de diversões em todo o Estado e construir em Juiz de Fora um grande teatro. Pantaleone Arcuri colocou-se entre os que achavam à frente dessa iniciativa, cabendo-lhe um dos lugares de diretor da empresa, ao lado de Diogo Rocha, Antonio Químico Correa e Francisco Valadares e de Gomes Nogueira, que mantinha em Belo Horizonte dois ou três cinemas.

Foi assim que, no mesmo lugar do antigo e sempre lembrado Polyteama, começa a ser construído em 1928, o Cine-Theatro Central, com o objetivo de ser uma casa de espetáculos à altura do município. Aqui tem início a origem do maior símbolo histórico, cultural e artístico de Juiz de Fora.

O Central surge numa época em que Juiz de Fora despontava como pólo industrial da Zona da Mata Mineira, município de comércio importante e politicamente influente. A cidade estava crescendo, tanto em termos demográficos como fisicamente. Prédios novos estavam sendo construídos, como o do Banco do Crédito Real (1929), a sede da Cia Pantaleone Arcuri (1923 a 1927), o Palace Hotel e a Escola Normal (1930), representantes do início da industrialização brasileira.

A Companhia Central de Diversões é nomeada como responsável pelo trabalho de construção do novo espaço cultural da cidade. A empresa iria implantar uma rede de cinemas, constituída pelo Cine-Theatro Central, Cine Palace, Rex e São Mateus. O projeto de edificação da nova casa de espetáculos foi executado pela Cia Industrial e Construtora Pantaleone Arcuri. O arquiteto Raphael Arcuri assinou a planta arquitetônica do novo teatro: suntuoso, confortável, acústica perfeita, belo, um exemplo de integração entre arquitetura e artes plásticas, com um amplo e arrojado vão de estrutura metálica, sustentado sem pilares era também o edifício mais alto da cidade. Este vão de estrutura metálica, sustentado sem pilares, deixa de ser mera estrutura para se transformar em objeto estético, sob a ação dos pincéis de Ângelo Bigi, pois a boca de cena e a decoração interna foram feitas pelo pintor.

O pintor Ângelo Bigi conceituou com precisão a data de inauguração do Cine Theatro Central. "Foi um dia emocionante", dizia ele. A cerimônia, de 30 de março de 1929, contou inclusive com a presença do Presidente do Estado, doutor Antônio Carlos Ribeiro de Andrade, além de outras autoridades locais e região. A sessão inaugural trouxe, logo na abertura, "Universal Jornal", seguido pelo drama, em oito atos, de "Esposa Alheia". Uma orquestra foi organizada especialmente para os espetáculos do novo cine-teatro. A orquestra dirigida pelo maestro Duque Bicalho, foi formada pelos seguintes músicos: Domingos Rufulo, violino;Ignacy Ryzowsky, violoncelo; José Victor, contrabaixo; Leonardo Oberg, flauta; Luiz Loreto, clarinete;Lucas Tavares de Lacerda, piston; Daniel, saxofone e João Rufulo, bateria.

A iluminação do espaço ficou a cargo de "A Radial", empresa da cidade de propriedade dos engenheiros F. Sangiori & Oliveira. O projeto previa uma profusão de luz em todos os compartimentos do teatro, como era possível de se perceber também na entrada da rua Halfeld naquela época. A iluminação, da maneira como foi projetada, ressaltava as cores da pintura de Bigi, além de proporcionar uma visão da delicadeza dos tons, em algumas partes do trabalho do artista.

A obra assumiu importante papel ao inserir Juiz de Fora no corredor cultural do eixo RJ-SP-BH, especialmente durante os anos 30 e 40, quando foi o palco de grandes produções nacionais e estrangeiras, com a apresentação de destacadas companhias teatrais e líricas da época.

De meados de 50 ao início dos anos 70, o Central foi cenário dos concertos líricos, das peças teatrais, dos shows nacionais e internacionais.

Só em 1983, ou seja, mais de 50 anos depois, é que o espaço foi tombado como patrimônio histórico. Em 1994, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) reconheceu o valor do teatro. Durante sua restauração, o instituto acompanhou as obras.

Embora tenha sido tombado em 1983, foi só em 1994 que o Central foi restaurado. Nesta época, a Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) adquiriu o teatro com recursos do Ministério da Educação. A partir daí, o Central passou a ser gerenciado pela UFJF e pela Prefeitura Municipal de Juiz de Fora, que providenciaram a restauração do templo cultural da cidade. Atualmente, a administração é de inteira responsabilidade da UFJF.

Os trabalhos de restauração começaram no final de janeiro de 1996, durando oito meses e dez dias. A empresa Espaço – Tempo, especializada em restauração de bens culturais, foi a responsável pela execução do trabalho. Quatro restauradores profissionais foram contratados para coordenar as células de trabalho, formadas por estudantes dos cursos de Artes e Arquitetura e Urbanismo da UFJF. As pinturas do forro estavam descascando e continham grande quantidade de fungos e sais. Além disso, haviam manchas causadas pela inflitração da chuva e as paredes estavam estragadas. Os restauradores tiveram que remover quilômetros de pintura. Ao todo, foram mais de 3 mil metros quadrados de pintura decorativa.

No dia 14 de novembro de 1996, Juiz de Fora teve o privilégio de receber, de volta, o Cine Theatro Central. Desde então, o espaço é palco para diversas manifestações artísticas da cidade.

Em 2004, o Cine-Theatro Central fez os seus 75 anos com grande festa.

Crônica

Fonte: Tribuna de Minas, Arquivo Pessoal, Paulino de Oliveira

FACHADA DO CINE CENTRAL, DECORADO PARA O NATAL DE 2008


HOJE NOS CINEMAS DE JUIZ DE FORA - TERÇA-FEIRA - 04 DE MAIO DE 2010


Primeira semana

HOMEM DE FERRO 2

Ação, EUA, 2010, 124 min. Direção: Jon Favreau. Com Robert Downey Jr., Don Cheadle e Samuel L. Jackson.
Tony reluta em divulgar os segredos por trás da armadura do Homem de Ferro, temendo que as informações caiam em mãos erradas.
UCI 3: 14h05, 16h40, 19h15 e 21h50. Alameda 5: 14h, 16h30, 19h e 21h30. Palace 1: 14h, 16h30, 19h e 21h30. Santa Cruz 1: 16h, 18h30 e 21h. Classificação: 12 anos.

ZONA VERDE

Drama, França/EUA/Espanha/Reino Unido, 2010, 117 min. Direção: Paul Greengrass. Com Brendan Gleeson, Antoni Corone e Matt Damon.
O subtenente Roy Miller precisa vasculhar os serviços secreto e de inteligência escondidos em terra estrangeira para encontrar respostas que podem acabar com um regime nocivo ou propagar uma guerra em uma região instável.
UCI 2: 13h50, 16h20, 18h50 e 21h20. Alameda 1: 14h10, 16h40, 19h10 e 21h40. Classificação: 14 anos.

Continuação

ALICE NO PAÍS DAS MARAVILHAS

Aventura, EUA, 2010, 111 min. Direção: Tim Burton. Com Johnny Depp, Mia Wasikowska e Anne Hathaway.
Ao seguir um coelho branco, Alice cai em um buraco que a leva para o País das Maravilhas, um lugar povoado por seres mágicos e dominado pela Rainha de Copas.
UCI 4 (dublado): 13h, 15h15, 17h35, 19h55 e 22h15. Alameda 4 (dublado): 14h40, 17h, 19h20 e 21h40. Santa Cruz 2 (dublado): 15h45, 18h15 e 20h45. Classificação: 10 anos.

CHICO XAVIER - O FILME

Drama, Brasil, 2010, 124 min. Direção: Daniel Filho. Com Nelson Xavier, Ângelo Antônio e Tony Ramos.
Uma adaptação para o cinema que descreve a trajetória do médium que viveu 92 anos desta vida terrena desenvolvendo importante atividade mediúnica e filantrópica.
UCI 1: 14h50, 17h30 e 20h10. Alameda 2: 14h, 16h30, 19h e 21h30. Palace 2: 19h e 21h20. Classificação: livre.

AS MELHORES COISAS DO MUNDO

Drama, Brasil, 2010, 107 min. Direção: Laís Bodanzky. Com Denise Fraga, Caio Blat e Francisco Miguez;
Mano tem 15 anos, adora tocar guitarra, beijar na boca, rir com os amigos , andar de bike, curtir na balada. Um acontecimento na família faz com que o jovem Mano perceba que virar adulto nem sempre é tarefa fácil.
Palace 2: 16h30. Classificação: 14 anos.

RITA CADILLAC - A LADY DO POVO

Documentário, Brasil, 2007 e 77 min. Direção: Toni Venturi.
O longa acompanha o dia a dia de Rita Cadillac, ex-chacrete que virou cantora, dançarina e atriz pornô.
Alameda 3: 20h10. Classificação: 18 anos.

UTOPIA E BARBÁRIE

Documentário, Brasil, 2009, 120 min. Direção: Silvio Tendler.
O longa retrata o mundo pós-Segunda Guerra Mundial e suas transformações; as utopias que nele foram criadas e as barbáries que o pontuaram.
Alameda 3: 18h. Classificação: livre.

UMA NOITE FORA DE SÉRIE

Comédia, EUA, 2010, 88min. Direção: Shawn Levy. Com Steve Carell, Mark Wahlberg e Mark Ruffalo.
Em uma noite, Phil e Clara são confundidos com outras pessoas e, com isso, iniciam uma jornada para escapar de dois bandidos.
UCI 5: 15h, 17h, 19h e 21h. Classificação: 12 anos.

VIDAS QUE SE CRUZAM

Drama, EUA/Argentina, 2009, 111 min. Direção: Guillermo Arriaga. Com Charlize Theron, Kim Basinger e Jennifer Lawrence.
Ao começarem suas jornadas em busca de redenção, cinco pessoas descobrirão que suas ações poderão fazer a diferença entre a vida e a morte.
Alameda 3: 15h20 e 21h40. Classificação: 16 anos.

XUXA E O MISTÉRIO DE FEIURINHA

Infantil, Brasil, 2009, 82 min. Direção: Tizuka Yamazaki. Com Xuxa Meneghel, Angélica e Hebe Camargo.
Ao perceberem que Feiurinha sumiu, todas as princesas dos contos de fadas se unem para desvendar o mistério.
Palace 2: 14h30. Classificação: livre.

JOÃO CARRIÇO DIRIGINDO UM DE SEUS FILMES...


FACHADA DO CENTRAL QUANDO DA EXIBIÇÃO DE ''DIVINO TORMENTO''


O nosso Cine Theatro Central dos bons e velhos tempos, anunciando a exibição do filme Divino Tormento... Um tempo que vai longe e que só mesmo através de uma bela foto como esta, poderia se fazer presente novamente para todos nós...

PINTURAS DE ANGELO BIGI NO CINE CENTRAL EM JUIZ DE FORA


FOTO QUE REGISTRA A INAUGURAÇÃO DO CINE POPULAR EM JUIZ DE FORA EM 1927


Nesta foto ao lado (bela e significante), a inauguração do Cine Popular em Juiz de Fora, o que considero, uma obra social de grande valia do nosso João Carriço. O que ele queria, era que o povo pudesse se divertir com o pouco que tinha ou com o ''nada''. O Cine Popular, era também conhecido por ''Amigo do Povo''. Carriço fôra um grande amigo do povo de Juiz de Fora e um de nossos maiores realizadores cinematográficos.

QUEM FOI JOÃO CARRIÇO?


João Gonçalves Carriço nasceu em Juiz de Fora no ano de 1886, vindo a falecer em 1959. Foi um dos pioneiros do cinema brasileiro.

Inaugurou na cidade de Juiz de Fora, em 1927, o Cine Teatro Popular, dotado de 500 lugares, cujo objetivo era promover diversão a preços populares.

Fundou em 1934 a Carriço Film, passando a produzir cinejornais e documentários, que retratavam a vida social e política da cidade: as visitas do presidente Getúlio Vargas a Juiz de Fora, comícios políticos, festas populares e religiosas, eventos esportivos, além das primeiras experiências de transmissão de televisão em Juiz de Fora.

A Carriço Film encerrou suas atividades em 1959, quando da morte de João Carriço. Seu acervo encontra-se na Cinemateca Brasileira em São Paulo. O Cine Teatro Popular continuou em funcionamento até 1966.

Com o sucesso das salas de cinemas, um grande nome surgiu no cenário regional: João Gonçalves Carriço (1886-1959). Durante os anos 30, 40 e 50, Carriço produziu cinejornais e documentários que cobriam principalmente a vida social e política de Juiz de Fora. Porém, as filmagens não se limitavam a comícios, eram registradas também manifestações populares, como o Carnaval, jogos de futebol, obras públicas, inaugurações de cinemas, atividades do Aero Clube de Juiz de Fora, entre outras.

Tudo começou quando, no final da década de 20, Carriço montou uma sala de exibição para trabalhadores: o Cine Theatro Popular. A intenção era promover uma diversão barata e democrática para as pessoas que gostavam de cinema e que não podiam gastar muito com o entretenimento. Além de exibir os filmes, Carriço queria levar aos espectadores informações sobre a cidade e região. Assim ele começou a editar jornais que o público conferia antes das exibições em seu cinema e acabou entrando para a história do cinema mineiro como o pioneiro na produção de cinejornais.

Segundo a pesquisadora e autora do livro “Cinejornalismo e Populismo - Ciclo da Carriço Film em Juiz de Fora”, Martha Sirimarco, as preocupações de Carriço na época são atuais: “Carriço se preocupava com preço do ingresso, produção e distribuição do filme brasileiro. Ele fez até um documentário dedicado à primeira lei de proteção ao cinema nacional, assinada por Getúlio Vargas.” Martha ainda destaca a qualidade do material que o cineasta produzia: “Qualidade técnica de filmes em 35mm e domínio da linguagem cinematográfica são outros quesitos importantes a serem observados na obra da Carriço Film.”

João Carriço atuou como cartazista, cenógrafo, fotógrafo, exibidor e produtor cinematográfico, além de ter como curiosidade a função de também comandar uma funerária. O cineasta morreu em 1959 e o último cinejornal produzido por sua empresa foi o do seu próprio enterro, com imagens feitas por seu filho, Manuel Carriço. Após a morte do pai, ele ainda continuou comandando o Cine Popular, mas em 1966 o cinema, conhecido como “amigo do povo”, foi fechado.

Para a jornalista Martha Sirimarco, Carriço tem grande importância tanto para o cinema nacional, como para a memória histórica e cinematográfica, como também para Juiz de Fora, como memória eloqüente da cidade. Segundo ela, o cinema para Carriço era instância de entretenimento e também de educação: “Existe uma geração que conheceu o cinema e não apenas o cinema americano, mas o europeu, russo, entre outros, graças às projeções do Cine Popular. Essa base cultural se refletiu nas gerações de Juiz de Fora. Ainda que a cidade tenha esquecido um pouco o legado de Carriço, seus filmes são prova de que Juiz de Fora teve o seu pioneiro cinematográfico. Foram cerca de 500 cinejornais e documentários mas sobraram apenas uns 270″. Atualmente, todo o acervo da Carriço Filme foi catalogado e se encontra na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

RECORDAÇÕES DO NOSSO CINEMA - DEU NO ACESSA.COM


A tradição cinematográfica de Juiz de Fora, já havia se revelado pelas lentes de João Carriço e nos anos 80 não foi diferente. Assistir a filmes brasileiros no Cinema Paraíso era lei para estudantes e cinéfilos engajados.

Na galeria Pio X, havia um centro de estudos do cinema e era possível conseguir, ainda, alguns lançamentos do circuito alternativo. É impossível esquecer o Cine Festival, que acontecia no Cine-Theatro Central, com os filmes de arte de importância internacional. Cine Excelsior, Veneza, Palace (em sua primeira edição) e Rex também deixaram saudades. (Foto: Cine Pálace)

MATÉRIA PUBLICADA NA PÁGINA DA PREFEITURA EM 2 DE JULHO DE 2009

Revivendo Carriço – Mostra reúne cinejornais e filmes de produtores locais


O projeto Revivendo Carriço, criado pela Funalfa para destacar o cinquentenário de morte de João Gonçalves Carriço, apresenta a partir da próxima segunda-feira, 6, a “Mostra Revivendo Carriço”. Reunindo cinejornais produzidos pela Carriço Film, documentários do acervo de Nahim Miana, entre outros, que foram produzidos por artistas locais com recursos da Lei Murilo Mendes, as sessões acontecem no Anfiteatro João Carriço, sempre às 19h. A entrada é franca.

O objetivo da mostra, além homenagear e divulgar a obra de Carriço (27/07/1886 – 20/06/1959), juizforano pioneiro que produziu cinejornais e documentários durante as décadas de 1930 a 1950, é incentivar a produção de documentários e tornar acessível a produção audiovisual de Juiz de Fora.

Carriço foi profissional por excelência, criou as empresas Carriço Film e o Cine-Theatro Popular, além de democratizar o acesso da população a sessões cinematográficas através de preços populares.

Confira a Programação


06/07 (segunda-feira) – 19h – “Carriço, o Amigo do Povo” (15 min) – Direção Martha Sirimarco. DVD digitalizado pela Cinemateca Brasileira (60 min).

07/07 (terça-feira) – 19h – Cinejornal “Diário da Vilegiatura do Presidente Getúlio Vargas” (10 min) – “Clodesmidt Riani” (33 min) – Direção: Aline Moura e Adriano Medeiros e “Urbe” (15 min) – Direção: Marcos Pimentel. Acervo Nahim Miana (4 min)

08/07 (quarta-feira) – 19h – Cine Jornal nº 17 (5 min) – “Benfica da gente” (71 min) – Direção: Aline Junqueira. Acervo Nahim Miana (4 min)

09/07 (quinta-feira) – 19h – Cine Jornal s/nº - 015 (6 min) – “As Princesas de Minas” (52 min) – Direção: Marcos Pimentel e “Sarandira, memórias de um lugar” (14 min) – Realização: Instituto Cidade. Acervo Nahim Miana (4 min)

10/07 (sexta-feira) – 19h – Cine Jornal nº 159 (7 min) – “Dnar, os caminhos da arte” (37 min) – Direção: Éveli Xavier. Acervo Nahim Miana (5 min).

Informações com a Assessoria de Imprensa da Funalfa, pelo telefone 3690-7044.
FUNALFA

CINEJORNAIS DA CARRIÇO FILM DIGITALIZADOS CHEGAM A JF

Cinemateca Brasileira digitalizada a produção da Carriço Film e encaminha 20 cópias à Funalfa

Marinella Souza
Colaboração

Madalena Fernandes
Revisão
Matéria veiculada no Acessa em 29/12/2008

(Matéria extraída do site www.acessa.com)

Pioneiro do cinema brasileiro, João Carriço (1886 - 1959) ficaria orgulhoso do rumo que tomou a sua obra no século XXI. A Cinemateca Brasileira, detentora do acervo da sua empresa cinematográfica, a Carriço Film, decidiu recuperar os cinejornais em suporte digital.

Devidamente autorizado pela Funalfa, o projeto acaba de ser concluído e chegam a Juiz de Fora 20 cópias contendo oito cinejornais. É mais ou menos uma hora de belas imagens que registram três décadas passadas na cidade e região.

Os cinejornais são filmados em bitola de 35 mm, em preto e branco, registrando imagens sociais, esportivas e políticas ocorridas em Juiz de Fora durante as décadas de 30, 40 e 50. O historiador responsável pelo setor de Divisão da Memória da Funalfa, Nilo Campos, ressalta a relevância da iniciativa da Cinemateca Brasileira.

"É muito importante recuperar essas imagens para valorizar o acervo e preservar a memória da cidade". Segundo Campos, a Funalfa não interveio nos critérios de escolha nos cinejornais a serem digitalizados, mas que a idéia era recuperar aqueles que estavam em piores condições.

Dessa forma, foram transferidos para o suporte digital, os cinejornais que mostram, entre outros destaques, a chegada de Menelick de Carvalho à Estação Ferroviária de Juiz de Fora; a corrida de bicicletas organizada pelo Cicle Clube de Juiz de Fora; a inauguração da estrada Juiz de Fora - Monte Verde; o Campeonato Brasileiro de Tiro; as eleições de 1945 em Juiz de Fora; o desfile militar no Dia da Pátria; a primeira concentração mariana na cidade, com missa campal no Parque Halfeld e procissão; flashes do carnaval de rua da cidade, no Clube Juiz de Fora, desfiles de ranchos, Baile dos Bancários.

O que é cinejornal?

O cinejornal é uma programação jornalística produzida para ser exibida em salas de cinema, antes dos filmes. Campos comenta que os cinejornais eram uma definição legal. Em Juiz de Fora, os cinejornais eram produzidos pelo cineasta João Carriço que "preservava o cotidiano de Juiz de Fora e região durante três décadas, de forma ininterrupta", diz.

A produção dos cinejornais na cidade só cessou no final da década de 50, com a morte de Carriço. Campos conta que os filhos do cineasta tentaram continuar a produção, mas isso não foi viável devido a alguns problemas enfrentados com distribuidoras.

A Funalfa possui cópias desses cinejornais em VHS, película e agora nos DVDs, que estão à disposição da população. Quem quiser ter acesso a esse material para pesquisa, pode ir o setor de Divisão da Memória da Funalfa, que fica na Av. Rio Branco, 2234 - Centro, de segunda a sexta-feira, das 08 h às 12 h e das 14 h às 18 h.

Quem foi João Carriço?

João Gonçalves Carriço (27/07/1886 – 20/06/1959) foi um dos pioneiros do cinema em Minas Gerais e no Brasil. Produziu cinejornais e documentários durante as décadas de 1930 a 1950, de significativo valor histórico local e nacional e que foram distribuídos em todo o país. As reportagens cobriam a vida social e política de Juiz de Fora. Acontecimentos importantes no Rio de Janeiro, em Petrópolis, Belo Horizonte e outras cidades, até no Mato Grosso, também foram registrados por Carriço. De Vargas a Juscelino, ambos temas de cinejornais, o acervo da Carriço Film tem valor histórico por preservar a memória juizforana e nacional.

As filmagens não se restringiam a comícios e acontecimentos políticos. Carriço registrava todas as manifestações populares: festas do Dia do Trabalho, carnaval, procissões, partidas de futebol, corridas de automóvel, obras públicas, a assinatura da primeira lei de proteção ao cinema brasileiro, inauguração de cinemas, atividades do Aeroclube de Juiz de Fora, congressos proletários, a experiência pioneira de televisão em Juiz de Fora, em 1948, e até a Marinha do Brasil em tempo de guerra.

João Carriço também montou um laboratório pioneiro em Minas, onde revelava, montava, sonorizava e copiava a sua produção cinematográfica. Celso Guimarães, popular galã de novelas da Rádio Mayrink Veiga, Jatobá e Cid Moreira foram alguns dos narradores de seus cinejornais, que tinham de cinco a quinze cópias, conforme o assunto. A Carriço Film chegou a ter dez máquinas de filmagem, refletores, caminhão de som, dois a quatro cinegrafistas operando.

Carriço destacou-se entre os cinegrafistas da época por não ser financiado pelo poder público ou pela elite financeira e por reivindicar uma lei que garantisse a exibição de cinejornais brasileiros nos cinemas, já que os cinejornais estrangeiros dominavam as telas. Conseguiu sensibilizar o ex-presidente Getúlio Vargas, que, em 1932, assinou decreto protegendo a produção cinematográfica brasileira.

O último cinejornal da Carriço Film foi o enterro do seu idealizador, em junho de 1959, com imagens feitas por seu filho, Manoel Carriço. Sobre Carriço, o cineasta Humberto Mauro escreveu, em carta à família do cinegrafista, após a sua morte aos 73 anos de idade: “É com a mais profunda emoção que me associo às homenagens prestadas à memória do nosso inesquecível João Gonçalves Carriço, o meu velho amigo Carriço, criador da Carriço Film, pioneiro da produção e exibição cinematográfica em Minas Gerais, e um dos mais sólidos pilares do cinema brasileiro.”

Fonte: assessoria da Funalfa

PARA OS PESQUISADORES DA OBRA DE JOÃO CARRIÇO - CINEJORNALISTA - JUIZ DE FORA - MINAS GERAIS


João Carriço - O Amigo do Povo

Sinopse

O vídeo retrata a vida e obra de João G. Carriço (1886-1959), um dos pioneiros de cinema mineiro, produziu cine-jornais e documentários durante as décadas de 30, 40 e 50. De Vargas a Juscelino, todas as figuras importantes da vida nacional do período estão no registro da empresa Carriço Film, empresa que configurou um 'ciclo de cinema' em Juiz de Fora (MG). Sua filmografia está sendo restaurada pela Cinemateca de São Paulo. O documentário se baseou na tese de Mestrado de Martha Sirimarco intitulada 'Cinejornalismo & Populismo - Ciclo da Carriço Film em Juiz de Fora', UFRJ, 1980.

Direção: Martha Sirimarco
Tipo: Documentário
Formato Inicial: Vídeo (Betacam)
Ano Produção: 2000
Origem: Brasil (MG)
Cor / PB: cor
Duração: 17 min.

Elenco
G. Pianta, Dnar Rocha, Família Carriço

Roteiro: Martha Sirimarco

Fotografia: Mauro Pianta

Operador de Câmera: Mauro Pianta

Assistência de Câmera: Equipe da Lupa Vídeo

Edição de Som: Tatá

Música: Seleção Márcio Gomes

Edição: Tatá, Papaulo

Produção Executiva: Marcos Pimentel

Produção: Lei Municipal Murilo Mendes de Incentivo à Cultura - FUNALFA - Prefeitura de Juiz de Fora

Produtora: Lupa Vídeo
Contato: Martha Sirimarco
Cabo Frio - RJ
marthasirimarco@bol.com.br

CINE CENTRAL - FOTO/HISTÓRIA - O GRANDE ATOR PROCÓPIO FERREIRA NO SAGUÃO DO CENTRAL...


CINE CENTRAL - TETO - FOTO ANTIGA

Nesta sala, durante anos e anos, milhares de filmes foram projetados em sua tela. Namoros, amores, surgiram. Milhares de pessoas amaram seus ídolos lá nos filmes, lá na tela... No Central, assistí ''meus'' faroestes americanos e italianos... Ví ''Tarde Demais Para Amar'' com Jennifer Jones e William Holden. Me deliciei com os filmes de James Bond, o Agente Britânico 007, com Roger Moore. Corriam os anos 70. Foi ali também que travei amizade com a Margô, que era a moça que vendia balas lá dentro do cinema... Tinha uma lojinha só pra ela... E foi também no Central, que eu trabalhando como Guarda-Mirin do Cartório Medeiros, que ficava ali na Galeria Azarias Vilella, bem ao lado do Cine Teatro Central, que eu fuçava o latão de lixo do cinema e encontrava dezenas de pedaços de filmes e os levava para casa para ficar viajando naquelas imagens contidas nos fotogramas... Que saudades daque Cine Central que só abria espaço para o Cinema... Claro que o Central ''ainda'' existe, mas não é mais cinema e isso me deixa triste... Sabemos que o cinema mudou muito depois do advento da televisão, do computador e dos jogos eletrônicos... Mas eu tenho saudades das grandes salas de cinema. Nada contra os cinemas dos shoppings, mas as grandes salas de exibição jamais sairão de nossas mentes...

CINE THEATRO CENTRAL - HISTÓRIA - PARTE 4 - CONSTRUÇÃO DO PRÉDIO...


A história registra o funcionamento de vários teatros em Juiz de Fora no século XIX. A princípio, eram toscos tablados armados em terrenos livres,palcos de apresentações mambembes.Logo vêem-se iniciativas de lideranças locais para proporcionar melhores instalações ao espectador.

O Barão de Bertioga construiu, com mão-de-obra escrava, o Teatro da Misericórdia, em 1863, considerado um dos primeiros de Minas, mas ainda precário. Pouco mais tarde, no início da década de 1870, foi a vez de o comerciante Carlos Otto erguer o Teatro Perseverança. Finalmente, em 1889, os irmãos Ferreira Lage, filhos do pioneiro Mariano Procópio, inauguraram o Teatro Juiz de Fora, que por pouco tempo foi chamado Teatro Novelli, em homenagem a um ator italiano que por lá se apresentou. De todos era o melhor, com suas cadeiras douradas e foyer com espelhos de cristal, mas ainda pequeno e aquém das ambições culturais da cidade.

Somente 40 anos depois, com estes espaços já desaparecidos, Juiz de Fora ganharia seu teatro definitivo, o Cine-Theatro Central. O primeiro passo para a construção foi a fundação, pela sociedade formada por Francisco Campos Valadares, Químico Corrêa, Diogo Rocha e Gomes Nogueira, em junho de 1927, da Companhia Central de Diversões. Um ano antes, eles adquiriram o barracão de ferro e telhas de zinco do Polytheama, outro precário teatro da cidade, instalado no terreno entre a rua São João e a antiga rua da Califórnia, hoje Halfeld, e demolido para ceder lugar ao Central.

Coube à companhia construtora de Pantaleone Arcuri, que já começara a mudar a face arquitetônica deJuiz de Fora, fazer o projeto do novo teatro. Raphael Arcuri, o arquiteto, não economizou na grandiosidade e o orçamento acabou ultrapassando as possibilidades financeiras da companhia, obstáculo superado com uma medida providencial - a entrada do próprio patriarca dos Arcuri na sociedade.

Assim teve início a construção do Central, empreitada que tomaria um ano e quatro meses de obras. Não seria o edifício mais alto de Juiz de Fora, nem sua primeira construção em concreto armado, mas sem dúvida um empreendimento ousado, em que se destacava o amplo vão sem pilastras da platéia, sustentado por uma estrutura metálica vinda da Inglaterra, que atemorizou os menos informados sobre esta solução arquitetônica arrojada – um “triunfo da técnica”, como viria a ser saudada.

O edifício de linhas sóbrias e retas, ao estilo art déco, e fachada discreta, ganhou suntuosa ornamentação artística interna, assinada pelo pintor italiano Ângelo Bigi, radicado no Brasil. Bigi pressentiu que aquela seria a sua grande obra. Legou ao Central uma decoração de sabor de antiguidade clássica, com cenas de ninfas e faunos em jardins românticos e paradisíacos, uma Arcádia mitológica que exala paz, harmonia e felicidade. Ao centro, medalhões com as efígies de grandes mestres da música: Wagner, Verdi, Beethoven e o nosso Carlos Gomes. Enfim Juiz de Fora podia se orgulhar de contar com um teatro digno de sua importância econômica, política e cultural.

CINE THEATRO CENTRAL - HISTÓRIA - PARTE 3 - NO CENTRAL FOI EXIBIDO NOS ANOS 40 O FILME ''QUANDO A NEVE TORNAR A CAIR'' - CARTAZ DA ÉPOCA

QUANDO A NEVE TORNAR A CAIR - FILME EXIBIDO NO CINE CENTRAL NOS ANOS 40 - AO LADO VOCÊ CONFERE O CARTAZ, NA ÉPOCA, EXPOSTO NA PORTARIA DO CINE E ABAIXO VOCÊ TEM DETALHES DA FITA - SINOPSE, FICHA TÉCNICA E ELENCO.

Sinopse

Gregory Peck, após estrelar na Broadway a peça The Morning Star, no ano seguinte, fez usa estréia no cinema, onde contracena com sua noiva, Toumanova. Após este filme, Peck passou a ser disputado ferozmente pelos estúdios até assinar com a Foz. No ano de 1944, e já sem a colaboração de Lewton, Torneur realiza Days of Glory, um filme de guerra sobre um heróico grupo de guerrilha que tentou travar o avanço nazistra pela Rússia. Com o mundo em guerra, ainda durante as batalhas os americanos e os russos se uniram pra produzirem este belíssimo filme. Um marco na carreira do grande astro. Filme que trata dos horrores da guerra e do amor em dose certa. Maravilhoso!!!

Informações Técnicas

Título no Brasil: Quando a Neve Voltar a Cair
Título Original: Days of Glory
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 78 minutos
Ano de Lançamento: 1944
Direção: Jacques TourneurElenco

Elenco

Tamara Toumanova ... Nina Ivanova
Gregory Peck ... Vladimir
Alan Reed ... Sasha
Maria Palmer ... Yelena
Lowell Gilmore ... Semyon
Hugo Haas ... Fedor
Dena Penn ... Olga
Glen Vernon ... Mitya
Igor Dolgoruki ... Dmitri
Edward L. Durst ... Petrov
Lou Crosby ... Johann Staub

CINE THEATRO CENTRAL - HISTÓRIA - PARTE 2 - CARTAZ DE ''SERENATA BOEMIA'' COM CARMEN MIRANDA - FOI EXIBIDO NO CENTRAL

Poster que ficou em exposição no Cine Central, nos áureos tempos do Cinema e claro, do Cine Theatro Central...

FICHA DO FILME

Serenata Boêmia
(Greenwich Village 1944) 1944
Gênero: Comédia Musical
Lançamento: 1944
Pais: E.U.A
Duração: 82 min.
Direção: Walter Lang
Roteiro: Earl Baldwin e Frederick Hazlitt Brennan
Elenco
Carmen Miranda, Don Ameche, William Bendix, Vivian Blaine, Felix Bressart, Tony De Marco, Sally De Marco, The Revuers, B.S. Pully, The Four Step Brothers, Emil Rameau
Colorido

Sinopse

Greenwich Village é uma área residencial no coração da cidade de Nova Iorque. Cenário para esta comédia musical e ótimo contexto para a elevação dos Estados Unidos, em pleno o ano de 1944. Até mesmo a Carmen Miranda aparece americanizada, com seu turbante de frutas substituído por plumas e pirulitos e interpretando canções típicas da cultura americana. O Filme é repleto de números musicais, contagiante, animado e engraçado, um filme que só poderia ter surgirdo em meio ao clima de vitória que os Estados Unidos vivia em relação á Segunda Guerra Mundial.

CINE THEATRO CENTRAL - HISTÓRIA

Lembram-se de alguns desses rostos? Eles eram funcionários do Central. Gerência, lanterninhas, porteiros, enfim, rostos que ficaram muito conhecidos na cidade...

Nos anos 20, o cinema já deixara de ser mera curiosidade técnica e se afirmava como espetáculo para todas as classes sociais. Sinal de sua emancipação como arte, as salas de projeção ganharam projetos arquitetônicos caprichados, em espaços próprios, ou, mais comum na época, em casas de ocupação múltipla, os cine-teatros, solução que conjugava uma arte em ascensão e outra tradicional, ambas com grande público. O Central foi concebido como um deles e, durante muitos anos de sua história, abrigou exibições cinematográficas e apresentações teatrais.

Foi com a apresentação de uma fita muda que o Cine-Theatro Central foi inaugurado em 30 de março de 1929. Durante as duas décadas seguintes, ir ao cinema era um programa elegante, para o qual homens e mulheres se vestiam com apuro, principalmente se a sessão fosse no majestoso Central. Os cavalheiros muniam-se de chapéu, acessório indispensável. As damas trajavam luvas e deixavam um rastro de perfume ao final da exibição. Não era difícil ocupar todos os lugares da platéia, mesmo em salas tão amplas como as do Central.

A solenidade do momento era acentuada pela execução da opereta “Cavalleria Rusticana”, do italiano Mascagni, que se tornou o prefixo das sessões no Central. No início, era tocada ao vivo pela orquestra do cine-teatro, que na época dos filmes mudos recebia o público no foyer e depois acompanhava a sessão fazendo fundo sonoro para a fita. Havia a “soirée” feminina, exibições de filmesromânticos, dramas ou musicais com meia entrada para mulheres. E matinês aos domingos para as crianças.

O Central foi a grande sala de projeção da Companhia Central de Diversões, que chegou a ter sete cinemas em Juiz de Fora. Era o principal cinema da rede, ao qual se reservavam as estréias importantes. Foi também a primeira sala a oferecer ao espectador juizforano uma revolução do cinema: o som, novidade tecnológica que chegou à cidade nos anos 30 e que era registrado em um disco de 16 polegadas.


CINE EXCELSIOR: NÃO PODEMOS PERDER ESTA BELA SALA DE EXIBIÇÃO


O Cine Excelsior ''foi'' um antigo cinema de Juiz de Fora, inaugurado em 1958. Era considerado uma das melhores salas de cinema do Brasil, até a década de 1990. Sua sala possuia 21 caixas de som, leve inclinação das poltronas, ar condicionado central, projetor cinematográfico de alta fidelidade, teto em estilo art Noveau, 1250 poltronas confortáveis e iluminação a néon.
Esse cinema exibiu seu último filme em 1994, quando foi desativado, e assim permanece até hoje, com o anúncio "fechado para reforma". O cinema pertenceu à Companhia Franco-Brasileira desde a década de 1970. Em 2009, foi vendido a um empresário local, e seu destino, apesar dos diversos projetos de restauração existentes, é incerto.


FOI NO EXCELSIOR QUE ASSISTÍ A MEU PRIMEIRO FILME NA VIDA


Corri os anos 60. Não sei precisar o ano. Talvez tenha sido 1967 ou 1968. Eu tinha meus 7 ou 8 anos e fazia meu primário no Grupo Central. E aí veio a Semana da Criança. Como presente, a direção da escola nos deu uma ida ao cinema. E a sala era a do Excelsior. Meu Deus, que maravilha o momento em que adentrei àquela sala... Até então, eu não sabia o que era cinema, nunca tinha ouvido falar, nunca tinha visto... Naquele momento, nasceu minha paixão pela Sétima Arte. Antes do início da exibição (o filme era com o comediante americano Jerry Lewis), fiquei observando o teto daquela suntuosa sala. Cores verdes e roxas, se misturando a outras, em neóns que me impressionaram profudamente. E quando uma musiquinha foi tocada e a sala ficou às escuras, me sentí mergulhando em outra dimensão. Um espetáculo antes do espetáculo. No início dos anos 90, quando assistí a Cinema Paradiso, vi-me na pele do personagem Totó, garoto apaixonado por filmes e por uma sala de cinema. E foi depois daquela minha ida ao Cine Excelsior, que me apaixonei profundamente pelo cinema. Inclusive, gostaria de ao longo das nossas postagens, ir contando a minha relação com o cinema na infância, adolescência e fase adulta.

Hoje, quando passo pela Avenida Rio Branco e vejo o Cine Excelsior fechado e com certeza que todo destruído, sinto um aperto grande no peito. A Sala continua de pé, a fachada, a entrada, tudo, mas me instigo sempre a querer ver como estão as coisas lá dentro... Imagino um projetor empoeirado, pedaços de filmes espalhados pela sala de projeção, poltronas amontoadas pelos cantos da sala ou então nenhuma poltrona no local... Mas através deste blog, que pretende mostrar o nosso Cinema, as nossas Salas de exibição, nossas produções, histórias cinematográficas e etc... é que vamos ''moralizar'' nossas incurssões à Sétima Arte... Gostaria também que os nossos leitores mandassem suas experiências com o nosso cinema, com a história da nossa cinematografia. Grande abraço a todos e até a próxima...