segunda-feira, 3 de maio de 2010

CINE THEATRO CENTRAL - HISTÓRIA

Lembram-se de alguns desses rostos? Eles eram funcionários do Central. Gerência, lanterninhas, porteiros, enfim, rostos que ficaram muito conhecidos na cidade...

Nos anos 20, o cinema já deixara de ser mera curiosidade técnica e se afirmava como espetáculo para todas as classes sociais. Sinal de sua emancipação como arte, as salas de projeção ganharam projetos arquitetônicos caprichados, em espaços próprios, ou, mais comum na época, em casas de ocupação múltipla, os cine-teatros, solução que conjugava uma arte em ascensão e outra tradicional, ambas com grande público. O Central foi concebido como um deles e, durante muitos anos de sua história, abrigou exibições cinematográficas e apresentações teatrais.

Foi com a apresentação de uma fita muda que o Cine-Theatro Central foi inaugurado em 30 de março de 1929. Durante as duas décadas seguintes, ir ao cinema era um programa elegante, para o qual homens e mulheres se vestiam com apuro, principalmente se a sessão fosse no majestoso Central. Os cavalheiros muniam-se de chapéu, acessório indispensável. As damas trajavam luvas e deixavam um rastro de perfume ao final da exibição. Não era difícil ocupar todos os lugares da platéia, mesmo em salas tão amplas como as do Central.

A solenidade do momento era acentuada pela execução da opereta “Cavalleria Rusticana”, do italiano Mascagni, que se tornou o prefixo das sessões no Central. No início, era tocada ao vivo pela orquestra do cine-teatro, que na época dos filmes mudos recebia o público no foyer e depois acompanhava a sessão fazendo fundo sonoro para a fita. Havia a “soirée” feminina, exibições de filmesromânticos, dramas ou musicais com meia entrada para mulheres. E matinês aos domingos para as crianças.

O Central foi a grande sala de projeção da Companhia Central de Diversões, que chegou a ter sete cinemas em Juiz de Fora. Era o principal cinema da rede, ao qual se reservavam as estréias importantes. Foi também a primeira sala a oferecer ao espectador juizforano uma revolução do cinema: o som, novidade tecnológica que chegou à cidade nos anos 30 e que era registrado em um disco de 16 polegadas.


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